domingo, 10 de janeiro de 2021

2020, QUEM DIRIA...


45 garrafas de vinho tinto das mais distintas procedências.

03 litros de uísque envelhecidos.

06 garrafas de cachaça de Boquira diluídas em batidas de limão.

04 garrafas de Brandy, sendo duas da Embrapa e duas vindas de Jérez de la Frontera.

Algumas dúzias de cerveja puro malte.

Muitas horas de Spotify, algumas listas de mornas canções.

Encontro com obras e vozes femininas das mais deslumbrantes:

Lhasa de Sela, Concha Buika, Alela Diane, Térez Montcalm, Hindi Zahra, Lisa Hannigan e a fenomenal Laura Marling.

Filmes e séries vistos à exaustão; alguns até mereceram nosso tempo.

Muitos livros lidos pela primeira vez, outros revisitados, muitos.

Um quase nada escrito. Um mundo sonhado.

Tudo o mais acumulando pó.

E 2020 passou assim enviesado, na diagonal; ácido e áspero. 

À espreita.

domingo, 3 de janeiro de 2021

2021, QUEM DIRIA...

 

     Desconheço quem diga mais bobagens que eu. Sobre literatura. Não assino embaixo de muita coisa dita por mim por aí registrada. Me espanta, na verdade, tanta tolice. Meu pecado é não resistir a responder quando me perguntam. Aí tento elaborar algo. A maioria sola. Mas não consigo rir depois, nem agora, fico depressivo. E digo que nunca mais falarei nada sobre literatura. Problema é que tenho amigos. E no mais das vezes cedo. Quando devia era noitecer. E lá vou a dizer bobagens. Me desconheço, nessas horas. Não devia, a esta altura da partida finda. 

     Tive vontade de registrar isso aqui. Só eu mesmo leio. E muito de vez em quando. Quero voltar a esse tema adiante, esse alicerce fluido, magmático. Lamaçal de beira de rio, atoleiro, engancho. 

      Nada sei de literatura. Conto uns causos. Só isso. Talvez devesse parar de contar essas coisas que a ninguém mais interessa. Verdade é que por isso mesmo devo continuar. Ainda vivo. Embora só respire. Mas o que digo?! Bobagem, bobagens. Inevitável, como se lê.

     2021, quem diria...