Ladeiras, vielas & farrapos, o novo livro de contos de Tom Correia, já estava anunciado em seu livro de estreia Memorial dos medíocres, vencedor do prêmio Braskem, em 2002. A ambiência soteropolitana, as referências à cultura pop, o ser baiano entre altos e baixos, mais para profundidades e sombras, agora constroem um panorama vívido da cidade do São Salvador e suas múltiplas facetas. A linguagem encontrou o equilíbrio preciso entre registro precioso, adequação e clareza, livrou-se de qualquer pretensão, fez-se planície para o galope da leitura.
O livro merece mais que prêmios e aplausos. Merece várias leituras por parte de todos que amam a literatura e a essa terrinha em que nos enterramos, acordados ou em sonhos. Merece ser adotado nas faculdades de letras e nos colégios. Merece traduções, versões, transposições, o que seja. Merece correr mundo, de boca em boca, de mão em mão. Merece alcançar a condição de clássico.
Se mais disser, direi menos. Mesmo assim arrisco afirmar que a organicidade de Ladeiras... e seu tom de realismo fantástico ou de suprarrealismo, que permeia boa parte dos contos, conferem um sabor especial à leitura e encorpam o conjunto de contos de um valor, digamos, diamantífero. Tom Correia conhece profundamente sua cidade, sua gente, sua prosódia e, em especial, suas recentes trocas de pele, da Sloper à Zara, da av. Sete aos shoppings, do carnaval na praça aos camarotes do circuito Barra/Ondina.
Com esse livro, Tom Correia entrega a Salvador um presente que talvez não tenha seu valor reconhecido - não será de espantar que isso aconteça. Mas daqui do meu cantinho insignificante adianto o meu voto de Livro do Ano para Ladeiras, vielas & farrapos. E minha recomendação para que o degustem de forma imoderada e repetida.
Se mais disser, direi menos. Mesmo assim arrisco afirmar que a organicidade de Ladeiras... e seu tom de realismo fantástico ou de suprarrealismo, que permeia boa parte dos contos, conferem um sabor especial à leitura e encorpam o conjunto de contos de um valor, digamos, diamantífero. Tom Correia conhece profundamente sua cidade, sua gente, sua prosódia e, em especial, suas recentes trocas de pele, da Sloper à Zara, da av. Sete aos shoppings, do carnaval na praça aos camarotes do circuito Barra/Ondina.
Com esse livro, Tom Correia entrega a Salvador um presente que talvez não tenha seu valor reconhecido - não será de espantar que isso aconteça. Mas daqui do meu cantinho insignificante adianto o meu voto de Livro do Ano para Ladeiras, vielas & farrapos. E minha recomendação para que o degustem de forma imoderada e repetida.
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