segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

TRABALHO DO ESCRITOR


Cada livro é um novo livro. Nunca o escrevi antes e preciso aprender a escrevê-lo à medida que avanço. O fato de já ter escrito livros antes parece não ter nenhuma importância. Sempre me sinto como um iniciante, atravessando as mesmas dificuldades, os mesmos bloqueios, o mesmo desespero. A gente comete tantos erros como escritor, risca tantas frases e ideias ruins, descarta tantas páginas imprestáveis que acaba descobrindo, apenas, que é idiota. É um trabalho humilhante.



O autor dessas afirmações chama-se Paul Auster, escritor norte-americano, autor da "Trilogia de Nova York", composta pelos romances "Cidade de vidro", "Fantasmas" e "O quarto fechado". Depois viriam outros romances, poemas, peças, ensaios e roteiros para cinema. O trecho foi retirado da entrevista concedida à Paris Review, em 2003, que consta do livro "As entrevistas da Paris Review - Vol. 1", publicada aqui pela Companhia das Letras, em 2011, e com tradução de Christian Schwartz e Sérgio Alcides. Quem contestar há de?

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