quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

BARBA ENSOPADA DE SANGUE, DANIEL GALERA



                                           http://skoob.s3.amazonaws.com/livros/273201/BARBA_ENSOPADA_DE_SANGUE_1350415355P.jpg
 
O texto de Daniel Galera que saiu na Granta prometia um grande romance. Que veio acima da expectativa. Barba ensopada de sangue (Companhia das Letras, 2012) não é romance policial como querem alguns. O crime ocorrido no passado familiar do protagonista inominado apenas motiva suas buscas. Que no fim das contas não difere daquelas que atormentam a todos nós. A doença que o impede de reconhecer rostos denuncia a estandardização contemporânea. 

Galera faz lembrar Jonathan Franzen, Junot Diaz e Manuel Vasquez Montálban: a desagregação familiar como tema, ousadia no narrar, exploração do que sente o homem diante das exigências endógenas e exógenas. “Não se podem abandonar os livros nem os cães. Os filhos, sim”, serviria bem como epígrafe. O estertorar humano em seus diversos papéis e não lugares. Galera não só retomou sua dicção com esse livro, como disse à Folha de SP, mas escreveu o romance brasileiro do ano.


Texto publicado em primeira mão na revista eletrônica Verbo21 (verbo21.com.br), edição de dezembro de 2012, na coluna Crítica Rasteira. Publico aqui para movimentar este blogue ancilosado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário