(...) Este - O chão que em mim se move -, não sei por qual razão exatamente, evocou-me imediatamente um desenho ou uma espécie de caricatura, sei lá, que conheço desde menino de Galileu Galilei com a inscrição "...eppur si muove".
Bom, o resto é o que se segue: li o livro de duas sentadas e reputo ao mesmo a categoria de literatura de excelente qualidade. Com ele você já exibe um estilo próprio, maturidade e, por fim, uma escrita gostosa, simples, atemporal e que revela por trás dessa suposta simplicidade bons e sólidos conhecimentos literários, aliás, se fosse possível comparar nesse sentido lembra a obra musical de Elomar Figueira - erudição, no melhor sentido da palavra, com singeleza.
Na minha humilde e ignara opinião, o seu equilibrado tempero sabe a: uma chiringada de Guimarães Rosa aqui, outra de Graciliano Ramos ali, e mais uma outra de Anton Chekov acolá, isto tudo sem prejuízo do conteúdo e da qualidade, aliás, muito em benefício de ambos.
Os contos Joana e suas cercas e Corpo de mãe são realmente impagáveis e definem bem a qualidade de sua obra.
Ernesto Lédo
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