sábado, 9 de dezembro de 2017

COLUMBUS, O FILME


 
   Um filme gêmeo de Paterson, de Jim Jarmusch.
   De igual forma, belíssimo.
   Columbus é uma cidade, Paterson, também.
   A arte é o tema central de ambos os filmes.
   Filmes sobre nada.
   Não há neles coisa alguma que encante as novas gerações, com todo o respeito possível às exceções.
   Paterson é poesia, Columbus é poesia da matéria, se é que isso diz algo.
   Uma personagem transita pela cidade. E a admira, e dela bebe beleza.
   Columbus é pura imagem. Ângulos estonteantes, equilíbrios quase mágicos de cores.
   E a história? Que história?
   Kogonada, o diretor, trouxe o que há de mais impactante na arquitetura, uma presença disfarçada imprescindível, a construção humana que dá sentido à natureza em volta. 
   Cores, equilíbrio, alumbramento.
   Um filme onde nada acontece, ou quase nada. Mas que expõe a vertigem da forma em sua solidez ilusória, um golpe na mesmice.
   Como em Paterson, um asiático chega à cidade. Não no final, mas no início. Como em Paterson, a rotina impera, mas não aprisiona,     
   Como em Paterson, a lição pode ser registrada em caderninhos, mas é preciso reparar naquilo que nos cerca, no sonho real, no abraço possível, na proximidade a que negamos mérito. 
   Mais que um surpresa, Columbus reafirma a potência do cinema independente dos EUA. E nos faz espectadores confiantes no futuro do cinema. Como Paterson já adiantou.

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