domingo, 2 de agosto de 2020
QUARADOR
estendo esperanças
na laje nua do meu solar
em ruínas
(a chuva não deixa secar)
retorço esperanças
nas manhãs assustadas
de estio
(já começam a mofar)
aqueço esperanças
no poço das noites de insônia
e vigília
(algumas deixo escapar)
repasso esperanças
no crivo confuso por afetos
e ausências
(tecido frio a enrugar)
recolho esperanças
frágeis na rua; ameaças letais
viralizam
(luto pra respirar)
acoito esperanças,
por fim, na loca do meu coração
quarador
(sementes a germinar)
04.06.2020
em isolamento, em tempo de pandemia
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