"Com o poder de síntese e a linguagem precisa, às vezes dura, outras poética, desta vez Carlos Barbosa traz à tona 80 minicontos no livro A Segunda Sombra (3x4–microficções – Editora Multifoco/RJ, 2010). Flashes da vida, já que insinua muito mais do que conta uma história, seja em momentos de revelação ou de situação-limite, ponta de um iceberg submerso na consciência do leitor, convidado a reconstruir o que leu, o miniconto é também a sombra de um conto, caso se possa admitir que o conto é, por sua vez, a silhueta de um romance.
Se o bom conto é aquele em que a história fica em aberto, o miniconto soa com uma fímbria de luz em um quarto escuro, luz que não clareia, mas convida à claridade exterior. Este subgênero do conto, minimalista, agora em moda e, ao mesmo tempo, a apontar para um difícil poder de concisão – como o axioma – e uma certa indolência criativa (algo como a pressa de terminar o que ainda poderia ser esticado, já que tratamos, aqui, de sugestões de histórias), tem o efeito de perturbar o leitor e tirá-lo de seu comodismo habitual. O miniconto jamais responde. Indaga e levanta suspeitas. Porta aberta para a imaginação, o miniconto, portanto, comporta diferentes interpretações, ao gosto do leitor.
[...]
Sombra luminosa do conto, o miniconto tem em Carlos Barbosa um esgrimista hábil de histórias portáteis."
Gosto muito da designação histórias portáteis. Bjs, amor.
ResponderExcluirResenha lida e guardada como relíquia.O recorte de jornal está em lugar secreto.Um abraço em breve quero adentrar as páginas de Segunda SOmbra!
ResponderExcluirOi, Carlos, li "A segunda sombra" e gostei muito. Estou pensando em publicar um post sobre ele, assim que tiver tempo. Li a resenha no blogue do Eliese e comentei por lá. Abraço.
ResponderExcluirCorrigindo: Elieser.
ResponderExcluirElieser é ótimo escritor e ótimo observador da literatura.
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