UM
O
homem que lê contempla o mar.
Do
alto da torre em que mora.
Enquanto
afaga seu barril de amontilado.
O
mar, matéria por demais agitada, entontece.
O
homem que lê o conhece bem.
Prefere
o mar que tem aberto no colo.
Encadernado.
Onde
costumeiramente mergulha.
Sua
face de todos oculta.
E
nada.
E
nada.
DOIS
O
homem que lê admira o mar.
Do
alto de sua torre.
A
agitada cabeleira de amazona a tocar a praia.
Os
tesouros perdidos nos corais e abismos.
Presas
e esporões de monstros em caça.
Superfície
e profundeza terríveis, femininas.
O
homem que lê fecha a janela, cerra cortinas.
O
mar é mulher, murmura.
Protegido,
enfim.
Imagem: Bol Fotos, anhelosdemar.blogspot.com
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