domingo, 3 de fevereiro de 2013

AS CORREÇÕES, JONATHAN FRANZEN





Pode ser muito longo o caminho para um último Natal em família. Longo e tortuoso, quando fantasiado no coração de uma mãe. A família representa em As correções a fornalha das sociedades capitalistas: conservadorismo exacerbado, modo alternativo dissoluto, carências e desencontros sexuais, uma eterna partida de pôquer. 

A guerrilha domiciliar marca profundamente esse romance de Jonathan Franzen. O ardor da escrita contamina o leitor, que sai chamuscado das escaramuças da família Lambert. Admirador de Alice Munro, cujo nome defende para o Nobel, Franzen não deixa por menos: expõe cruamente conflitos e disputas familiares, detalhando obras e pensamentos, extraindo de cada passagem tudo que ela pode oferecer em movimentação e humanidade. E um grande romance como esse só pode ter como autor alguém que domina a arte de “como ficar sozinho".


AS CORREÇÕES – Jonathan Franzen, tradução de Sérgio Flaksman, Companhia das Letras, 2011. Comentário publicado originalmente na revista eletrônica Verbo21 (www.verbo21.com.br), na coluna Crítica Rasteira., edição de dezembro 2012.
Imagem: Bol Fotos

Nenhum comentário:

Postar um comentário