segunda-feira, 22 de julho de 2013

A PIADA INFINITA, David Foster Wallace


São 1.093 páginas de literatura inovadora e surpreendente.São mais 95 páginas de notas do autor, que detalham e aprofundam o conhecimento do leitor sobre personagens, cenários e questões, digamos, de cunho científico. Um mundo próximo de se materializar ou já materializado em alguma parte. Tênis, depressão, drogas, cinema e o tempo de todos nós subsidiado por uma grande marca global. Estou na leitura, um pouco sofrida por se tratar de tradução portuguesa. Contarei mais adiante, fiquem com trechos:

"E tudo parece áspero, espinhoso e aborrecido, como se cada som ouvido ganhasse subitamente dentes." (depressão).

"O verdadeiro adversário, a fronteira contentora, é o próprio jogador. Sempre e apenas o que está lá, no campo, para ser confrontado, combatido, trazido para a mesa para fixar os termos. O rival do outro lado da rede não é o inimigo: é mais o parceiro de dança. Para nós é aquilo que é a palavra pretexto ou ocasião para confrontar o eu. Como nós somos a ocasião para ele. As infinitas raízes da beleza do tênis são autocompetitivas. Competimos com os nossos próprios limites para transcender o eu em imaginação e destreza. Desaparecemos no seio do jogo: quebramos limites: transcendemos: aperfeiçoamos: vencemos. [...] É trágico e triste e caótico e belo. Toda a vida é a mesma, como cidadãos do Estado humano: os limites animadores estão no interior, para serem mortos e chorados, eternamente." (tênis e...suicídio?)


A piada infinita, D. F. Wallace, tradução de Salvato Telles Menezes e Vasco Teles Menezes, Quetzal Editores, Lisboa, Portugal, 2012.

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