sábado, 19 de julho de 2014
JOÃO UBALDO RIBEIRO
Foi ontem, foi hoje, jamais deixará de ser.
Ali está a fieira de livros. Conto 11, daqui. Estou neles, sempre estarei. A narrativa prenhe de verdade, nascida do que mais importa da vida do nosso povo, da nossa história privada, até daquela que se diz pública, lavada em suor, sangue e muito forrobodó. Coisa boa de ler, sempre.
O primeiro, há tanto tempo, os arroubos do sargento, sua odisseia sertaneja, sua obstinação, tão minha conhecida de outro-mesmo sertão. O último, um voo de albatroz, tão estranho ao sertão quanto natural aos da costa e mar. Leituras que se acumularam, os amores de Benedita, as artes, os feitiços, maratona de delícias. E assim ficamos, nós, os que ainda sofrem.
A literatura não perde, já ganhou desde o início. Perdem a lucidez, o brilho da inteligência e da criatividade, a cultura brasileira. Não o conheci pessoalmente, mas o conheci de verdade. Grande João.
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