sexta-feira, 27 de maio de 2016

O GIGANTE ENTERRADO, KAZUO ISHIGURO




   Um casal de idosos que viaja a pé até a aldeia onde mora o filho.
   Um cavaleiro andante em missão dada pelo rei Arthur.
   Um guerreiro estrangeiro em missão secreta.
   Saxões e bretões em paz ameaçada.
   Uma dragoa.
   Uma névoa que traz o esquecimento a todos.
   Um barqueiro que faz a travessia até incerta ilha.
   Um convento em que pontua um monge lacerado por chagas.
   Uma aquarela medieval.
   Uma trama difusa, barroca, jogo de espelhos cortinados.
   O bem habitando o mal.
   O mal conduzindo o bem.
   Uma discussão preciosa sobre a importância do passado.
   Lembrar seria entrave ao amor?
   Ter ou não ter a resposta correta.
   O que verdadeiramente sustenta a paz?
   Não se enterra jamais a sede por sangue.
   E até mesmo uma dragoa cai em sono profundo.
   Sempre haverá um segredo a proteger.
   Quem será deixado para trás, nessa jornada?


O gigante enterrado, de Kazuo Ishiguro, em tradução de Sonia Moreira, Companhia das Letras, 2015

Nenhum comentário:

Postar um comentário