Interrompo a leitura desse romance caleidoscópio, como denomina o autor, para destacar um trechinho de uma das narrativas. Nesta, a personagem chora o fato de toda história de amor acabar mal. O narrador-protagonista, também amado da personagem, a certa altura suspende o diálogo e reflete sobre aquele momento, dizendo-se incapaz de descrever sua intensidade, o que se passa no rosto da mulher amada, o tremor de sua voz, os gestos de delicioso erotismo, a lágrima no canto do olho etc. É quando afirma o que destaco:
O grande problema da prosa é a linearidade, a incapacidade das palavras de apreender o todo em regime de concomitância. É por isso que, mais cedo ou mais tarde, a literatura perderá em face da imagem.
E como história de amor e romance têm inícios e podem, igualmente, acabar mal, arremata adiante:
O final do romance é tão importante como o início, a última frase do romance tem de ser como uma lágrima que perdura eternamente na boca do leitor.
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