Durante o dia, uma série de decretos e ordens para o esforço de guerra entraram em vigor. A medida mais significativa foi a aprovação de Hitler à morte por "eutanásia" dos deficientes físicos e mentais, a qual, encontrada depois da guerra nos arquivos alemães, apresentava data de 1º de setembro. A ordem havia sido mantida em suspenso durante o verão e, na realidade, só foi autorizada em outubro. Foi planejada para liberar instalações e recursos médicos para o esforço de guerra e para livrar a nação daquilo definido como fardo genético. Como resultado das instruções, mais de 70 mil alemães deficientes ou cronicamente doentes foram assassinados. (88/9)
A instrução a Neville Anderson para entregar pessoalmente o ultimato no Ministério do Exterior alemão chegou às 5h, apesar de Hitler já ter sido alertado para esperar um ultimato por um telegrama secreto da embaixada alemã em Londres, despachado tarde da noite anterior. Um pouco antes das 9h, Henderson entrou no edifício e encontrou apenas o intérprete-chefe de Hitler, Paul Schmidt. Ficaram constrangidamente frente a frente enquanto Henderson leu o curto ultimato. Schimidt então correu para o prédio da Chancelaria do Reich, onde encontrou um ansioso grupo de funcionários e soldados à espera. Levado à presença de Hitler e Ribbentrop, Schimidt leu lentamente o ultimato. "Quando acabei", escreveu em suas memórias, "houve um silêncio total. Hitler estava sentado imóvel, olhando fixamente para a frente." Após alguns momentos, Hitler virou-se para Ribbentrop com um olhar selvagem e perguntou: "E agora?" (117/8)
Trechos de "1939, contagem regressiva para a guerra", de Richard Overy, com tradução de Vitor Paolozzi, publicado pela Record, SP, em 2009.
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