quarta-feira, 24 de abril de 2019

SONS DE MERCÚRIO


    
     Seguindo pela Linha Verde até Sergipe, ouvimos pela primeira vez o cd Entre crendices e amores pagãos, assinado por Sons de Mercúrio, banda de Feira de Santana. O álbum tem direção artística de Cartre Sans e Mohzah Nascimento, parceiros em todas as composições (em uma delas, Thiago junta-se à dupla). São treze canções que podem muito bem ser apreciadas como movimentos de uma sinfonia, mesmo porque as letras giram em torno do tema/título do disco.

     A presença de guitarras e da batida típica do velho rock modulam a sequência de canções, como se fosse um roteiro do show da banda. As melodias, as letras, os arranjos, os vocais se sucedem de forma harmônica, com uma base técnica notável, consolidando o entendimento de que Entre crendices e amores pagãos é, sim, um excelente disco.


     De minha parte, enquanto ouvia Sons de Mercúrio, fiz uma viagem paralela, emocional e bem particular, revisitando os anos 1970 e identificando a irmandade daquele som com o trabalho imortal da Banda de Pau e Corda, do Quinteto Violado, do Pessoal do Ceará, de Sá, Rodrix & Guarabira... Uma irmandade assim é bem mais que um elogio, é um selo de rara qualidade que confiro às maviosas toadas, cantigas e rocks-rurais que me embalaram ao volante do carro na manhã da quinta-feira santa. Enquanto, no íntimo, lastimava por todos que ainda não ouviram Entre crendices e amores pagãos, um disco arrojado que nasce clássico, um trabalho que merece os prêmios que houver por aí na MPB e, claro, ser conhecido logo nacionalmente. 

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