quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

A DEMISSÃO DE MAYRANT



Leio que a demissão do escritor Mayrant Gallo da Diretoria do Livro e da Leitura, da Fundação Pedro Calmon/FPC, foi motivada por "incompatibilidade com a Secult", órgão a que a FPC está vinculada.

Esse argumento me horrorizou, e digo o mínimo.

A atuação de Mayrant Gallo foi extremamente proativa e produtiva. Ter uma atuação proativa e produtiva é, portanto, incompatível com a Secult.

Editais foram publicados, projetos foram avaliados, livros foram escritos e publicados sob a égide da Diretoria do Livro e da Leitura. Então, isso é incompatível com a Secult, sabemos agora.

Livros raros e fundamentais, como "O povoamento da cidade do Salvador", de Thales de Azevedo, e "Jana e Joel", de Xavier Marques, foram republicados em edições fac-símiles. Publicar tais livros essenciais para a cultura baiana é incompatível com a Secult, fica claro agora.

Eventos foram criados para promover o encontro do escritor com o leitor em bibliotecas públicas e, inédito no Brasil, penso eu, para leituras públicas de seus textos pelos próprios autores em espaços públicos. Isso é incompatível com a Secult, registre-se em definitivo.

E a conclusão a que se chega só pode deixar uma impressão de horror diante do interesse oficial demonstrado pela livro e pela leitura.





4 comentários:

  1. Maravilha, Carlos, a sua reflexão. Perguntemos ao Sr. Albino Rubim quantos destes livros, mais tantos outros que lançamos, ele leu. Nenhum. O cara não gosta da livro, nem de leitura, nem de escritores. Sua cachaça é "política cultural".

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  2. Eles não têm interesse pelo livro, têm interesse por si e pelo poder vazio, oco, enfermo! Lamentável tudo isso!

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  3. Estou longe mas saber dessas coisas dá uma tristeza...

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