domingo, 3 de maio de 2015
LIVROS PESAM APENAS NA ALMA
Livros pesam apenas na alma.
Há quem os considere um estorvo no ambiente.
Quem reduziu sua presença no lar a uns dois ou três exemplares.
Quem os prefira agora virtuais.
Quem os considere pesados ao bolso.
Ou mesmo quem reclame do peso deles na sacola.
Não eu.
Compro aqueles que me cabem, não me apresso.
Renovo edições na medida do possível.
Loto com eles estantes, caixas e mesas e mesinhas.
Muitos, presentes de minha amada.
Quero mais, não me nego a seu cheiro de tinta, ao manuseio.
Tenho as três edições brasileiras do "Ulisses", de Joyce.
Tenho as duas edições em português do "Infinite Jest", de D. F. Wallace.
Tenho toda a obra de Shakespeare numa edição da Melhoramentos, dos anos 1950.
Ou eles me têm, para ser mais preciso.
Como deve ser.
Livros pesam apenas na alma.
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