segunda-feira, 2 de abril de 2018
MÁRIO QUINTANA
ELEGIA
Minha vida é uma colcha de retalhos
Todos da mesma cor...
S.O.S.
O poema é uma garrafa de náufrago jogada ao mar.
Quem a encontra
Salva-se a si mesmo...
DELÍCIA
O que tem de bom uma galinha assada é que ela não cacareja.
CONTO DE HORROR
E um dia os homens descobriram que esses discos voadores estavam observando apenas a vida dos insetos...
DA MODÉSTIA
A modéstia é a vaidade escondida atrás da porta.
DA DIFÍCIL FACILIDADE
É preciso escrever um poema várias vezes para que dê a impressão de que foi escrito pela primeira vez.
POEMINHA DO CONTRA
Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!
A poesia de Mário Quintana atende qualquer silêncio, preenche toda completude, vale por tudo que não existe. E jamais se torna antiga: remédio para escuridões, bíblia dos fiapos de luz, dos rastros invisíveis, dos sopros que nos animam a qualquer tempo. Modo de usar: diário, sem moderação.
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