O título acima é também o do novo livro de ensaios do Jonathan Franzen que leio desde o domingo. Não li ainda nenhum dos aclamados romances do autor, começo a conhecê-lo pelos ensaios desse livro. Estou ali pelo meio da jornada, acompanhando-o em observações de pássaros na China, onde foi conhecer fábricas de bichinhos de pelúcia que encapam tacos de golfe, algo assim inimaginável, para mim, até começar a leitura. Capas de tacos de golfe!? Mas é mesmo sobre nada que um grande autor exibe melhor seu talento.
E o Franzen demonstra em "Como ficar sozinho" ser um excelente escritor. Soube que na Flip deste ano o acharam chato, muito por não se entregar ao show business da festa. Franzen acordou cedo, no dia de sua mesa, e foi observar pássaros nos arredores de Paraty, chegando no local da palestra arrastando uma pesada mochila e de jeans. O que, parece, horrorizou a seleta plateia. Gostei do Franzen, de cara, somente por esse episódio. E já se sabia que Franzen prefere que não lhe façam as clássicas perguntas sobre influências, autores preferidos, processo criativo etc., essas obviedades que clamam por respostas igualmente óbvias.
O ensaio "O cérebro do meu pai", até agora, foi o que mais me tocou: duro, minucioso, doloroso, literário. Franzen reproduz trechos de cartas de sua mãe reclamando do Papai e do tormento de sua "longa doença". O pai de Franzen morreu de Alzheimer, o que permite ao autor escarafunchar os diversos aspectos da doença e de sua evolução no caso paterno.
Adiante, contarei mais desse ótimo livro, que traz na capa uma agenda, livros, frutas e fitas de video. Faltou o cinzeiro do Franzen, mas é compreensível.
Assim que você terminar,eu leio. Bjsamovc
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