o poste
de ferro cantava
quando
nele a gente batia
toda vez
que passava
no caminho
da escola
o poste de ferro era
um violão
sem cordas
no retorno
o poste
ainda cantava
uma canção
aflita
de órfão
desnudo
no areão
fincado
desligado
do mundo
o poste
de ferro aguardava o toque
todo dia
para lembrar
do tempo em que ao telégrafo servia
de que ainda
era ferro
e mesmo
assim morria
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