Ninguém me chamou a atenção, mas faço o registro: a grafia correta do verbo é "quarar" e a do substantivo masculino é "quarador".
Não sei por que escrevo "coarador", desde sempre. Já enfrentei revisões em que tive que alterar a grafia do vocábulo, por força do VOLP e de qualquer dicionário da língua portuguesa.
Ou talvez eu saiba: pela beleza da palavra "coarador" face à feiura de "quarador". Quarador parece parte final de uma outra palavra, não um termo em si.
Quarar significar "branquear(-se) a roupa ao sol". Já o Aulete diz que quarador é um piso de cimento liso onde se coloca a roupa para corar. E indica a forma alternativa "coradouro". Vejam só: piso de cimento?! Esse pessoal...
Pois bem, em um próximo livro, caso utilize "coarador", assim por puro gozo, terei que submeter-me à alteração do revisor e à linha editorial, que será por certo brandida, para resgatar a grafia "quarador". Que seja.
Mas aqui no blogue, onde escrevo, reviso e edito, continuarei a escrever "coarador", pois é palavra bonita, estendida feito roupa na grama, não em piso de cimento, a brilhar no horizonte das coisas corretas, apesar das regras legais.
E no poeminha aí abaixo, que provocou reações positivas, para mim inesperadas, o verso continuará sendo "muitas vezes coarada". Bem melhor assim, tenho certeza.
Imagem: BOL Fotos, lavadeiras de rio
(...)
ResponderExcluir"Por isso não se meta a exigir do poeta
Que determine o conteúdo em sua lata
Na lata do poeta tudo nada cabe
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha caber
O incabível" (Gilberto Gil - Metáfora)
O importante é que a roupa fique bem limpa. Opa! Que o poema fique belo.
Abração, Carlos!
Também tenho minhas palavras.
ResponderExcluirAdoro tramela. E sei que é taramela.
São coisas da boca e do prazer mais que dos dicionários e das gramáticas.
Se a língua é nossa, que cada um a devore como achar mais gostoso :)
beijoss