terça-feira, 6 de novembro de 2012

SOBRE O ÓDIO



Ainda há quem utilize a mídia para afirmar ódio a outras pessoas. E afirmar-se como guerreiro de uma causa que julga justa e motivo de vida. Eu contra os outros. Meu valor contra o desvalor dos outros. Minha afirmação face à negação dos outros.

Século XXI, ano XII. Pós tudo. Tempo de acúmulos, de diversidades, de tolerância, de convivências, de rupturas. Tempo de novas buscas, de alternativas muitas, de espíritos livres.

E ainda há quem vem a público dizer de ódio a outras pessoas. Como se a atitude diferente ou indiferente, ao que se pensa e se faz, justifique a pronúncia do ódio. Pois quem assim diz nega a possibilidade de aproximação ou de mudança, pelo menos do outro, pois a si mesmo demonstra a impossibilidade. Odeio, e fim.

Não terei a oportunidade, e ainda bem que assim é, de perguntar Ao Que Odeia outros seres humanos como os trataria caso tomasse o poder. Submissão pelo terror, prisão perpétua, paredão, uma sibéria tropical?

Dez segundos de reflexão nos indicam a longínqua origem desse tipo de sentimento. Sede de poder, sede de sangue, um certo tipo de sociopatia que ideologias extremistas dão colorido e sabor.

E que insistem, ainda, a destilar ódio nas páginas dos jornais.

O bem primordial do ser humano é a liberdade. Ódio é a não aceitação da liberdade do outro, é a confissão mais clara de que suas ideias não possuem nenhum valor que as sustentem, de que a simples existência do outro implica no seu próprio desmascaramento.

Eu nao odeio Aquele Que Odeia. Apenas me apiedo e dele me acautelo.



Imagem: Bol Fotos, convivência.

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