quando
meu irmão morreu
aos quinze anos
de idade
pensei que
cedo também morreria
hoje sinto que sou
como toalha
de mesa
muitas vezes
coarada
na grama fria
meu tecido
resiste
guardo certa utilidade
atendo a necessidades
ainda sirvo a piqueniques
manchado pelo café
de manhã
dobro-me sempre
à tarde
numa gaveta qualquer
bebo pranto
na madrugada
e ao estender meus vincos
não acolho
mais a graça de uma
taça
de champanhe revirada
idoso infante
em mim
vivem meus pais
e aquele
meu irmão
tatuados na garganta
e tudo
mais não passa
de vida
imaginada
de fome
ambulante
imersa em
verde-esmeralda
Imagem: Bol Fotos, picnic
Um poema lindo, intenso, formalmente perfeito. Isso sim é lirismo. Bjsamovc
ResponderExcluirDe uma beleza extraordinária, Carlos! Sem permissão, levei-o para minha página no facebook.
ResponderExcluirQue poema lindo! Abraços.
Muito, muito belo, Carlos.
ResponderExcluirUm abraço.
bonito. gostei muito.
ResponderExcluirM., Aérea Persona, Lidi e Muadié, agradeço a generosidade. Faz tempo escrevo o Inventário da Triste Figura, muito arrastado como tudo que é triste, e de lá tirei este poeminha. O título é provisório, creio. Abraços (carlos barbosa)
ExcluirO inventário da triste figura...o título provisório já é muito bom.
ResponderExcluirBelíssimo poema!
ResponderExcluirEmocionante!
Amei o "título provisório"...
Oh, tão delicado e dolorido...
ResponderExcluirbeijos da bípede
Muadié, Eliran e Bípede, grato pela leitura e pela gentileza. O título é sempre provisório até a publicação. Quem sabe esse vingará, depois de tantos apoios? Visito sempre vocês. Abr (cbarbosa)
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